José Mayer e Manoel Carlos imprimiram parcerias de sucesso que marcaram a história da teledramaturgia brasileira
Manoel Carlos é um dos mais queridos autores da teledramaturgia brasileira. Suas novelas, pautadas em narrativas cotidianas, se tornaram a representação do imaginário da zona sul carioca, cenário escolhido para ambientar as histórias de amor de sua principal personagem, Helena.
José Mayer e Christiane Torloni em “Mulheres Apaixonadas”
Muitas atrizes já foram Helenas de Manoel Carlos, dentre elas, Lilian Lemmertz (a primeira), Christiane Torloni, Vera Fischer, Regina Duarte, Maitê Proença e Julia Lemmertz, entre outras. Para o par romântico de suas Helenas, um dos atores que mais vezes esteve presente em suas obras, foi José Mayer que assumiu personagens como Cesar (Mulheres Apaixonadas), Carlos (História de Amor), Marcos (Viver a Vida) e Pedro (Laços de Família).
José Mayer e Helena Ranaldi como Pedro e Cintia, em “Laços de Família”
Outra grande parceria entre Mayer e Maneco foi em Presença de Anita, minissérie que marcou época e foi exibida pela Rede Globo em 2001. O encontro entre Anita (Mel Lisboa) e Fernando Reis (José Mayer), deu o que falar e marcou a história da teledramaturgia, tendo inspirado inclusive a escolha do nome artístico da maior funkeira do Brasil, Anitta (nome artístico de Larissa de Macedo Machado).
Mel Lisboa e José Mayer em “Presença de Anita”
Presença de Anita foi um projeto que demorou nove anos para sair do papel. Obra livremente inspirada no romance homônimo de Mário Donato, o roteiro revela os perigosos caminhos da paixão contando a história de Fernando, um homem que vive uma crise existencial que reflete também em seu casamento com Lúcia (Helena Ranaldi) e, ao chegar em uma pequena cidade do interior, se vê seduzido pela jovem Anita, uma personagem intrigante que protagonizará a grande tragédia da história.
Mel Lisboa, José Mayer e Helena Ranaldi em “Presença de Anita”
Inspirado na estrutura do melodrama, um gênero narrativo que surge no decorrer do século XVIII e que inspirou as famosas histórias de radionovelas, Manoel Carlos se define como um “autodidata”. É característica do melodrama personagens marcados por virtudes e vícios que caracterizam os heróis e vilões, trabalhados com base na verossimilhança e que vivenciam situações de aventuras e amores cotidianos.
Cesar (José Mayer) e Helena (Christiane Torloni) em “Mulheres Apaixonadas”
Justamente por abordar o cotidiano, há que se levar em conta que as histórias de Manoel Carlos, em grande parte veiculadas na primeira década dos anos 2000, dialogam com as questões que pautavam a sociedade da época e, quando reprisadas, nos fazem pensar em nós mesmos, em nossas lutas e conflitos sociais.
As novelas de Manoel Carlos e os personagens Pedro, Carlos, Cesar, Fernando e Marcos que ganharam vida sob o talento de José Mayer, fizeram história e compõem hoje o imaginário das novelas brasileiras aqui e em qualquer parte do mundo ocidental onde são constantemente veiculadas, sempre com grande sucesso.